A ORIGEM DA VIDA DO SER HUMANO E O ABORTO

29-11-2010 15:56



 

A ORIGEM DA VIDA DO SER HUMANO E O ABORTO

Embriologia quer dizer o estudo dos embriões, entretanto, se refere, atualmente, ao estudo do desenvolvimento de embriões e fetos. Surgiu com o aumento da sensibilidade dos microscópios. Karl Ernst von Baer observou, em 1827,  o ovo ou  zigoto em divisão na  tuba uterina e o blastocisto no útero de animais. Nas suas obras Ueber Entwicklungsgeschiechteb der Tiere e Beabachtung and Reflexion descreveu os estágios correspondentes do desenvolvimento do embrião. Por isto é chamado de “Pai da Embriologia Moderna”. 

Em 1839 Schleiden e Schwan, ao formularem a Teoria Celular, foram responsáveis por grandes avanços da Embriologia. Conforme tal conceito o corpo é composto por células  o que leva à compreensão de que o embrião se forma à partir de uma ÚNICA célula, o zigoto, que por muitas divisões celulares forma os tecidos e órgãos de  todo ser vivo, em particular o humano. Com base nestas evidências experimentais o Papa Pio IX aceitou a concepção como a origem do ser humano em 1869. Não se trata portanto de um dogma religioso, mas a aceitação de um fato cientificamente comprovado. Para não se dizer que se trata de conceitos ultrapassados pode-se verificar que TODOS os textos de Embriologia Humana  consultados, nas suas últimas edições, afirmam que o desenvolvimento humano se inicia quando o ovócito é fertilizado pelo espermatozoide. TODOS afirmam que o desenvolvimento humano é a expressão do fluxo irreversível de eventos biológicos ao longo do tempo que só para com a morte. TODOS nós passamos pelas mesmas fases do desenvolvimento intra-uterino: fomos um ovo, uma mórula, um blastocisto, um feto. Em todos os textos os autores expressam sua admiração de como  uma célula, o ovo, dá origem à algo tão complexo como o ser humano.

Alguns afirmam tratar-se de um milagre. Em 2002, na revista Nature, Helen Pearson relata os experimentos de R. Gardener e Magdalena Zernicka-Goetz onde demonstram que o nosso destino está determinado no primeiro dia, no momento da concepção. Mais recentemente, também na Nature (2005), Y. Sasai descreve os fatores/proteínas que controlam o desenvolvimento do embrião a partir da concepção, descobertos por Dupont e colaboradores. O embriologista Lewis Wolpert chega a afirmar que no momento que o ovo começa a se dividir é o momento mais importante de nossa vida, mais que o nascimento, casamento ou morte.

Tenta-se atualmente, através de uma retórica ideológica, justificar a morte de embriões e fetos com argumentos despidos de fundamentos científicos tais como:”Não sabemos quando começa a vida do ser humano”. Pelo visto acima, não é verdade. “ O embrião humano é um montinho de células”. Se fossem células comuns certos pesquisadores não estariam tão interessados nelas. São tão extraordinárias que dão origem à um individuo completo. “O embrião humano não tem cérebro e é comparável à morte cerebral”. Comparação absurda pois a morte cerebral é uma situação irreversível- não há maneira de recuperar os neurônios mortos- e o embrião dispõe das células pluripotentes que vão originar o cérebro” O embrião com menos de 14 dias não tem consciência porque não tem tecido neural”. Mas esse argumento decorre apenas e tão somente da separação entre mente/alma e o corpo operada pela filosofia cartesiana.

PRIMEIRA CONCLUSÃO: O ser humano, desde o ovo até o adulto, passa por diversas fases do desenvolvimento (ontogenia), mas em todas elas trata-se do mesmo indivíduo que continuamente se auto-constrói e se auto-organiza. Por ser o ciclo do desenvolvimento humano relativamente longo, podemos perder a visão do todo, fixando-nos em suas partes. Daí o surgimento de estatutos que regulam fases da vida humana: o das crianças e adolescentes e o dos idosos. Torna-se necessário agora o “Estatuto dos Embriões e Fetos” ou o “Estatuto do Nascituro” para evitar que os mesmos sejam assassinados por qualquer motivo.

Alguns utilitaristas, frente a realidade destes fatos, passam agora a  à sociedade a responsabilidade de decidir sobre a morte do embrião e fetos humanos , já que aceitam   transplantes os órgãos de um individuo com morte encefálica. Contrapondo, há  católicos,evangélicos,espíritas, budistas que, por motivação religiosa, têm a obrigação de se colocarem em defesa de uma população tão vulnerável como as dos nascituros , em defesa, enfim, da dignidade humana.

Assim ser a favor da descriminalização do aborto equivale a ser conivente com o assassinato de embriões e fetos, que como vimos, já são vidas humanas. E, com isso, não há como concordar.

Atualmente não se discute a realidade dos fatos biologicamente comprovados. Aceita-se que se está matando um ser humano no aborto. Buscam agora justificativas “sociais” e para isto dão números falsos:O DataSUS relata  115 mortes em 2004, no Brasil, de mulheres causadas por aborto ( não especifica se foram provocados, ilegais, etc). É mentira os milhões de mortes referidos pelos que são favoráveis ao aborto.

Com relação à mulheres grávidas pobres da favelas de São Paulo, e principalmente as adolescente, quando entrevistadas afirmaram que seus filhos são desejados, recusaram o aborto.Querem  atendimento médico  e melhor condições de vida para criar seus filhos.

Ao precário atendimento do SUS quer se acrescentar o aborto. Nesta  fila de espera a gestante que deseja abortar poderá dar a luz à criança quando lhe chegar  a sua vez de ser atendida. Além do mais com tantos problemas de saúde mal atendidos ou mal resolvidos pelo SUS não tem sentido se priorizar o aborto como querem as feministas.

Quanto as estrupadas, que já sofreram um ato de grande violência não tem cabimento se propor outro de igual violência que é o aborto. Num levantamento realizado em 2004 na UNIFESP verificou-se que 80% destas mulheres grávidas por estrupo recusaram fazer o aborto  estão contentes com os filhos e as 20% que realizaram o aborto estão arrependidas.

SEGUNDA CONCLUSÃO: Não existe justificativas sejam éticas, sejam científicas ou sociais, para se legalizar este proposto holocausto em nosso país.

Dra. Alice Teixeira Ferreira, Médica formada em 1967 na Escola Paulista de Medicina, Livre Docente de Biofísica e coordenadora do Núcleo Interdisciplinar de Bioética da UNIFESP.

Comentários sobre este artigo:
Duclerc Fernandes Parra do IPEN/CNEN:
A nossa nação enfrenta hoje uma violência á dignidade humana e à própria existência. São inúmeras instituições e empresas que se unem para comercializar as técnicas de aborto. Se tiverem sucesso, amanhã o Brasil será um deserto como inúmeras nações européias em que os índices de natalidade são baixíssimos. A tendência será a morte do próprio país, Isso é um absurdo que pode ser evitado por nós. Ainda há tempo.

Elizabeth Aída Petersen Batista de São Paulo:
Se uma mãe visse a grande atrocidade que é um aborto, certamente não o faria, ainda que fosse estrupada. Os ditos”direitos sexuais” são mais importantes que a vida? Será que ninguém vê e divulga as verdadeiras estatísticas :a respeito do aborto em São Paulo e no Brasil?

Fábio Gollumbauskul de Guarujá, SP:
Estou pasmo com o discurso de entidades feministas pela legalização do aborto. Sustentam que a descriminalização evitaria os graves danos à saúde e à vida da mulher causados pelo aborto ilegal. Na realidade, sob esta bandeira de luta dessas feministas existe, camuflado, um desejo de satisfazer seus egos, como se a aprovação da legalização fosse mais uma vitória feminina na batalha entre os sexos e mais um passo para a consolidação do tratamento igualitário dentro da sociedade. É um ledo engano.

Em nossa sociedade, machista, o homem, para  eximir-se da responsabilidade diante da gravidez da amante e preservar o matrimônio oficial, induzi-a ao aborto como condição de manutenção do relacionamento. Pois é esse mesmo pensamento covarde e medíocre que as extremistas feministas estão ajudando a perpetuar.


 

Marcelo Brilhante© 2011 Todos os direitos reservados